sábado, 23 de fevereiro de 2008

31º Encontro Anual da Anpocs: Video da Conferência de Otávio Velho: "Antropologia e o Brasil, hoje"

Colaboração Do Professor Andrea Ciacchi, um video da conferência de Otávio Velho sobre "Antropologia e o Brasil, hoje", apresentada no 31º encontro anual da ANPOCS.

Link do video: http://www.anpocs.org.br/portal/content/view/234/73/

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Texto de Ana Montoia que trata a Politica de Cotas nas Universidades.

RESUMO:

Este texto que terás o acesso, caro leitor, é um artigo que trata sobre a questão das Cotas nas Universidades Públicas Brasileiras. O mesmo foi apresentado numa palestra sobre o assunto na UFPB, no ano de 2006. O interessante do texto é que nos faz refletir sobre o debate das Cotas, ao invés de apenas sermos favoráveis ou contrários a essa política de ação afirmativa por parte do Estado, o texto nos remete á uma reflexão, o que, de fato, cabe aos cidadãos, e em especial aos Cientistas Sociais. Não devemos torcer para que as Cotas sejam aprovadas ou não, e sim devemos analisar os argumentos de cada lado e produzirmos uma reflexão á respeito do assunto, dessa maneira o debate público ganhará muito mais que apenas se formos torcedores, como em um jogo de futebol, no qual torcemos para que um ou outro time termine o jogo com a vitória.
É uma leitura bastante elucidativa do ponto de vista teórico, um texto que busca argumentos nas mais variadas áreas (como a filosofia, história, antropologia etc) para defender sua posição, que por sinal é contrária ás Cotas. Porém, á meu ver, é bastante salutar que para que o debate proceda de maneira abrangente e democrática, que se busque um texto que seja á favor das Cotas, preferencialmente um texto que seja bem fundamentado, pois dessa maneira poderemos comparar as duas posições. Brevemente aqui no BlOG PENSARE haverá um texto favorável as Cotas, para deleite intelectual dos leitores.
Claudiovan (Neném)
Ps: Por ser um texto grande não foi postado aqui, aí segue o link no qual está o texto da professora Ana Montoia na íntegra.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Os novos Analfabetos da Modernidade - José de Souza Martins

Para iniciar enquanto ainda são enviados os outros materiais por vocês ai vai este texto para refletir e discutir. Vamos lá.

Publicado em O Estado de S. Paulo [Caderno Aliás, A Semana Revista],domingo, 27 de janeiro de 2008, p. J3.

Os novos analfabetos da modernidade, por José de Souza Martins professor titular de Sociologia da FFLCH da USP

Os 9 milhões de jovens brasileiros, de 18 a 29 anos idade, sem escolaridade básica, os mais de 800 mil que são analfabetos e os mais de 8 milhões que se evadiram, que desistiram da escola antes de completar o primeiro ciclo, são melancólica antecipação de que serão longos os anos das muletas sociais emque se escora o País. Se levarmos em conta que mais de dois terços deles vivem em áreas urbanas, a perspectiva fica pior ainda. Durante muito tempo,viver na roça era invocado como o fator causal da baixa escolaridade de crianças e jovens. Mas agora, no cenário oposto, fica a evidência de que o fracasso escolar está mais associado ao urbano e moderno do que ao atrasado, mais ao novo do que ao velho. Indício de que estamos construindo uma sociedade mutilada.

Esses 9 milhões de jovens são os candidatos certos ao Bolsa Família do futuro se futuro houver, ao arrimo do Fome Zero. Serão os heróis do atraso social e político numa sociedade que dependerá cada vez mais da educaçãocontinuada, como já vem ocorrendo nos países desenvolvidos. Já não estamos mais na era do conhecimento consumado e sim na era do conhecimento relativo e transitório. Em pouco mais de uma geração, saltamos da escrita manual e da máquina de escrever para o computador, saltamos da medicina de auscultação para a medicina associada à engenharia e ao laboratório. Nem o serviço militar escapou de transformações radicais. Para manejar um tanque é necessário conhecer álgebra.

Por isso mesmo, a definição de analfabetismo se tornou muito mais ampla, o que torna os números dessas estatísticas oficiais uma subestimação do índice de analfabetismo moderno, real e crescente e torna os seus critérios antiquados. Quem é até culto hoje, poderá ser inculto amanhã, em conseqüência de uma nova descoberta, uma nova invenção, novos instrumentos de relação com o conhecimento acumulado. O aparecimento e a difusão do computador pessoal tornou quase analfabetos da noite para o dia milhões de pessoas no mundo inteiro, que tiveram que correr para as escolas de computação para aprender a nova linguagem e o manuseio dos comandos que permitiriam fazer a passagem da cultura manuscrita anterior para a novacultura computacional.
Hoje, é analfabeto também quem sabe ler e escrever, quem freqüentou sem fuga o primeiro ciclo, mas não sabe pensar, no cotidiano, segundo as regras modernas de pensamento, quem não tem a cultura básica que permita manejar um computador, ler um livro, ler um jornal, compreender a imagem que vê na televisão compulsória e invasiva, conhecer e respeitar os sinais e as regras de trânsito, os direitos do outro, a vital reciprocidade da sociedade moderna. A rapidez da criação e da transformação cultural num certo sentido barbariza os que não conseguem acompanhar as mudanças.
Não são apenas nem principalmente causas econômicas as que empurram para fora da escola esses mais de 8 milhões de jovens antes da conclusão do ensino fundamental ou que mantêm longe da porta da escola mais de 800 mil jovens. Políticas educacionais de remendo vem há décadas comprometendo a educação brasileira. Castramos a educação e o educador, privando-os da idéia de utopia e de missão. Até o nacional-desenvolvimentismo acreditávamos na educação como direito e necessidade, como obrigação social e política, como meta de emancipação das novas gerações.
Depois, passamos a pensar a educação de maneira instrumental, como mero e pobre recurso de formação de mão-de-obra que o cruel mercado de trabalho torna obsoleta com uma rapidez de tirar o sono. Hoje, no Brasil, o debate sobre a educação é, não raro, equivocado debate sobre o emprego. A educação já não é pensada como educação para a vida, para o sonho, para sempre e para o emprego também, mas não só nem principalmente ele.
A transformação da escola numa repartição pública de segunda categoria ou numa empresa de lucros fáceis faz do ensino mera mercadoria de carregação,ainda que haja muitas e comoventes exceções no sistema de ensino, as exceções dos que não desanimam, dos que pensam a educação como um sacramento da esperança. Mas não a falsa esperança maniqueísta das ideologias baratas,das conveniências das minorias usurpadoras, dos que querem mudar o mundo para que o mundo não mude e permaneça conforme suas conveniências pessoais e políticas. O mundo daquele caminhar de que fala Lewis Carroll, de quanto mais caminhamos mais distantes ficamos do destino.A transformação da essência da escola e da escolarização num pretexto parafins que são outros que não os da educação matou o educador, arrancou-lhe a alma de missionário da civilização. Os poucos mais de 9 milhões de vencidos do sistema educacional brasileiro são apenas a ponta do continente perdido do nosso amanhã.
Em Mirassol, no interior de São Paulo, há algum tempo, um promotor de Justiça mandou prender pais que não mantinham os filhos na escola. Nesse caso de varejo a responsabilidade pessoal dos pais pode ser facilmente justificada. Mas quando 46% dos jovens de 18 a 29 anos de idade abandonarama escola ou sequer chegaram até ela, como acontece no Estado de Alagoas, já não dá para falar em responsabilidade pessoal. O mesmo vale em relação a outros estados, sobretudo do Nordeste e do Norte. Que providência tomaria o zeloso promotor de Justiça em relação às elites políticas dessas regiões,desses estados e de outros, que são, em última instância os responsáveis pela grave privação de educação e de destino que impõem a esses milhões de brasileiros e a outros milhões mais que são ou serão os seus dependentes?
O governo se escora em políticas de combate ao analfabetismo e à evasão escolar. No entanto, nesta altura, na área da educação, a questão é outra, é a questão da ignorância, da escola que produz ignorantes, do analfabetismo cultural dos que, por isso mesmo, foram condenados a servir e a obedecer.Nesse sentido é sobretudo a questão moral e política dos que fizeram da educação sem conteúdo o alicerce do seu mando.
Quem quiser ai está um link que tem o texto em format de doc.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Pensare

Pensare é:

pensar¹ pen.sar¹(lat pensare, freq de pendere) vint 1 Combinar idéias, formar pensamentos: "Apesar disso, acho que deve pensar um bocado" (Monteiro Lobato). vti 2 Meditar, refletir em: "Pensei no que reza o livro do profeta" (Alexandre Herculano). Pensai sobre a vaidade dos homens. vint 3 Ser de tal ou qual parecer: Nós não pensamos como vós. vtd e vti 4 Ter na mente; lembrar-se: Você não pensa o que fala. Já ninguém pensa nesse desastre. vtd 5 Julgar, supor: Pensei que custava mais barato! O que você pensa de tal atitude? vint 6 Raciocinar: Convém pensar antes de falar. vti 7 Fazer tensão: "Gomes enfezou. Não pensava em arredar pé dali!" (Francisco Marins). vtd 8 Delinear mentalmente; meditar, planejar: Ela pensou bem o seu romance. vti 9 Estar preocupado, ter cuidado: Só pensa em sua moléstia. Pensar na morte da bezerra: estar alheado, distraído, pensativo; meditar tristemente.

pensar² pen.sar²(penso1+ar2) vtd 1 Pôr penso em; aplicar curativo: Pensar os feridos. 2 Lavar, vestir e alimentar uma criança. 3 Cuidar, alimentar, tratar convenientemente: Pensar um animal, uma plantação.

pensar³ pen.sar³ sm 1 Pensamento. 2 Opinião. 3 Prudência, tino.

Um certo dia desses estava em uma discussão com alguns amigos, e todos se queixavam que como nós estudantes do curso de Ciências Sociais tinhamos uma produção baixa, comparada com aquilo que nós achamos que deveria ser produzido por nós (artigos,trabalhos, análises, opiniões,etc.) chegamos a conclusão de que nos faltava um espaço para divulgarmos aquilo que vienhecemos a produzir, por isso resolvi criar este blog.
Que tem a função de divulgar aquilo que é produzido por alunos e também por professores, mas o blog não se restringira a só divulgar quero que este seja um espaço de discussões, de opiniões, de debates, e porque não também de informação.
Por isso escolhi esse nome pensare, pensar em latin, porque espero que este seja um espaço de combinar idéias, formar pensamentos, meditar, refletir, etc.
Espero que todos venham participar tanto alunos (que estão no curso,ou que terminaram) professores, e todas as pessoas que que quiserem fazer desse também seu espaço, estamos abertos a qualquer forma de expressão seja esta por meio de artigos, resenhas, livros, textos, poesias, músicas, dicas de filmes, tudo que acharem que deve ser passado para as outras pessoas podem mandar para o seguinte e-mail: pensare@bol.com.br que estaremos postando sem qualquer tipo de censura.

Obrigado pela atenção.